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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

 Aqui neste exílio dourado, neste ostracismo assumido tenho procurado esquecer-te, apesar da ratoeira que me armaste. Mas para a minha imagem,  estiveste divinal. Caíste na esparrela que um dia me armaste. Puseste a nua tua verdadeira face, aquela faceta mesquinha da alma nacional, que vive recalcada no mais fundo de nós. 

Com a manha do caçador furtivo esperaste pacientemente pela tua presa. Eu sei que foram anos meses e dias de sofrimento. Longas noites de insónia. Depressões recalcadas à espera da reeleição. Vencestes. Conseguiste exilar-me para abrires a porta à tua gente. Apesar dos caminhos ínvios, podias ter gozado essa vitória com a grandeza das almas nobres. Mas não. Mostraste a tua natureza de ressabiado. Continuastes com a vingançazinha expressa na comemoração da vitória e na tomada de posse. Pensava que ficarias por aí. Mas não. Continuas na mesma senda. Nunca pensei que chegassses tão longe. Superaste-te. Falta de lealdade institucional? Como diria um antigo primeiro-ministro, falta de lealdade a tua tia. Melhor, falta de lealdade de quem? Prevejo que te vais arrastar penosamente até ao fim do mandato e não havia necessidade. Porreiro pá.

 

Exilado do Quartier Latin

 

 

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