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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

19 Fev, 2012

"Parêntesisinho"

Mais um dia sem chuva. Nem um parentêsisinho pluvioso. Contudo, um dia lindo, cheio de sol de inverno neste país abençoado pela natureza. É para aproveitar. Assim, vou por aí fora, ao Deus dará e à pata calcorrear ruas. Hoje não me fazem pôr o pé num quatro rodas a aspirar fumaça diesel. Fico aqui mesmo, na parvónia e vou aproveitar o que é bom enquanto dura.

Depois de sair de casa faço uma paragem no café (único sítio debaixo de telha onde pouso) para tomar a habitual bica. Assim que me sento na mesa, logo uma empregada solícita mas um pouco pró descarado me aborda “ então jovem é um cafezinho?” “ Jovem é a tua tia" –apeteceu-me dizer- parafraseando um político/comentador (chamam-lhe Santana Lopes) para um “partenaire” de debate televisivo (Fernando Rosas) que lhe disse parecer o Salazar. Contive-me, pois vendo a coisa por outro prisma, quem sabe se a dama consegue ler o meu estado de espírito no mais fundo do meu ser. Mas o que às vezes começa mal acaba bem e acabei (passe o pleonasmo) por ser servido por outra mocinha (agora nos cafés é quase tudo feminino) mais recatada e algo tímida, que me olha com alguma ternura, com uns belos e profundos olhos castanhos, esboça um ténue sorriso, agitando com suavidade percings na boca e no nariz. E aí, seguindo uma sugestão recente da Golimix (é uma bloguer simpática e muito inspirada que costumo visitar (no blog), apeteceu-me dizer-lhe “gosto de ti”,( no melhor dos sentidos) dando assim livre expressão à nossa parte emocional. Apeteceu-me dizer mas não disse, porque isto de deixar que as emoções não sejam inibidas pelo  flirtro racional, não é tarefa fácil. Retribuí o sorriso e fiquei aliviado.

Enfim, enquanto saboreio o agradável sabor(...) do café e passo os olhos pelos títulos dos jornais vou ouvindo conversas cruzadas ( sem alcovitice, pois se Deus nos deu ouvidos é porque quer  que ouçamos) e prendo a minha atenção na vozeirão de um sujeito a defender a Lei de Talião (não percebi a que propósito) perante o olhar espantado de um casal de etnia cigana, muito bem arranjado e acompanhado por uma jovem filha com uma mini saia até à cintura ( como os tempos estão mudados). Vox populi não é para levar a sério, pensei, vou mas é concentra-me na leitura. Pior a emenda que o soneto: assassínios, acidentes, assaltos, roubos, desemprego a aumentar não se sabe até quando, mais empobrecimento, esperança zero, deputado da maioria a dizer “ quem não está bem muda-se” e o povo sempre sereno (uma virtude)  e cada vez mais conformado (querem maior pieguice?). Está mas é na hora de ir caminhar para arejar os pulmões e as ideias, mas isso já não vem ao caso.

MG

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