Lenços de namorados
Hoje o namoro já não tem o encanto de outrora. Pulsa ao ritmo alucinante das novas tecnologias. Assume muitas vezes um carácter quase informático. Nasce e morre à velocidade das ondas electromagnéticas. E mesmo quando se desenvolve no contacto "directo" das novas redes sociais, é muitos vezes efémero e fugaz, como o bater de asas de uma borboleta. Reflecte a sociedade de consumo, do imediatismo, do compra e deita fora. Do descartável.
Viajando pelo Minho encontrei os tradicionais lenços de namorados. Hoje não são mais que um souvenirs para turistas acidentais ou saudosistas dos velhos tempos. Vejo recordado nestes lenços, na sua riqueza pictórica de mensagens ingénuas, uma forma mais autêntica, mais singela, mais ternurenta e até mais genuína do namoro em Portugal. E numa perspectiva mais prosaica não deixam de ser um documento relevante sobre os usos e costumes das nossas gentes.
MG