Tempo para patriotas e cabeçudos
A plataforma Sapo pôs hoje em destaque isto publicado no Blog Corta Fitas. Decerto que é matéria de opinião e neste mundo são permitidos todos os dislates, mesmo os que abundam nos escritos da área da direita ultraliberal ,que está a conduzir a humanidade para um buraco sem fundo. E mesmo sem ter certamente o mesmo destaque, quero aqui manifestar a minha revolta por esta visão dicotómica da realidade, colocando de um lado os esforçados trabalhadores-patriotas-e do outro os foliões que só pensam em afundar a pátria amada, achincalhando aqueles que vêem nas festas carnavalescas uma forma de divertimento tão legítimo como qualquer outro e ignorando os efeitos benéficos que produz numa economia assente num forte sector turístico. E para cúmulo da demagogia, não ter pejo em assustar os cidadãos com meias verdades distorcidas. Aqui fica um excerto e o comentário que deixei no dito blog:
Agora, virem osl íricos que nos conduziram a esta desgraça liderados pelo herdeiro Seguro, reclamar contra o corte da "tolerância de ponte" do Carnaval, uma festa confrangedora, uma exibição patética de pobreza que algumas autarquias teimam em queimar euros que não possuem, parece-me trágico no mínimo. O mesmo juízo aplico aos que julgam a “medida certa no tempo errado”: num país em vias de extinção, dependentes por um fio de cabelo dos credores estrangeiros que vão mantendo dinheiro a circular nas nossas caixas de multibanco, numa república sem economia, sem qualquer autonomia energética, sem indústria, agricultura ou pescas, dependente dos outros nos bens mais básicos, que penhora o feriado da independência perante a indiferença geral, estas vozes parecem-me profundamente desafinadas com a realidade. Oh gente, que se lixe o Carnaval, deixemo-nos de cabeçudos, mãos à obra e restauremos Portugal!
Exultai. Chegou a voz da razão. A salvação do país e dos cabeçudos de todas as cores que desgovernaram durante décadas está na proibição de feriados. O carnaval permanente das más decisões políticas, das gestões amadoras, da produtividade do tempo das cavernas esse deve continuar. E como é que esta nação de gente valente ainda não percebeu estes génios da opinião donos de toda a verdade. Povo, povo, não mereceis tão sábios pensadores.
Patriota e cabeçudo