Pátria
Categoria: poesia
O Porto é um rapaz
Lisboa é uma menina
Contra ventos e marés
Cumpriram a sua sina.
Em Coimbra junto às sés
Juraram amor eterno
Tal como Pedro e Inês
Depois?
Depois, nasceu Portugal
Menino tão desejado
Quanto proscrito e odiado
Por Castela e pela mourama;
Mas como cantou Camões
Foi além da Taprobana
E cresceu fez-se rapaz
Aventureiro e audaz
Navegou nas caravelas
Por mares desconhecidos;
Venceu os Adamastores
Conheceu muitos amores
com mulheres de muitas cores.
Foi grande conquistador
Da cruz sempre servidor
Mil vezes naufragou
Mil vezes se salvou;
Corsário, pirata, ladrão
Construiu uma nação
Nação livre sem fronteiras
Do Bojador a Damão
Em cada povo um irmão
Em cada terra igualdade;
Fez da miscigenação
Uma marca distintiva
De enorme comunidade.
Abriu as portas do mundo
Uniu culturas e povos
No seu jeito vagabundo
Regressou a terra mãe
Com uma grande certeza:
Que a sua pátria é eterna
É a língua portuguesa