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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Qualquer economista/analista minimamente isento, sabe e diz que a crise que nos estão a impingir é sistémica. Não é especificamente de nenhum país e tem contornos que não se encaixam em qualquer análise racional. Começou como crise financeira e quando lhe faltaram pernas para andar nesta área, evoluiu para crise das dívidas soberanas. Mas que crise? As dívidas são homólogas do sistema capitalista e do seu sistema de crédito. Nenhum país está imune a dívida. Apenas existem variantes na dimensão e na capacidade de pagamento. Neste sentido as crises têm de ser geridas de acordo com as condições de pagamento do devedor. Se assim não for, como está a acontecer, atira-se o endividado para a insolvência e para a ruína. E neste processo todos perdem incluindo os usurários.

 

A raiz do problema actual está é a aplicação da receita liberal, com a confiança cega no funcionamento dos mercados. Como afirma hoje Boaventura Sousa Santos na Visão, " o mercado garante a liberdade mas não a igualdade". Quando o poder se desloca da política para os poderes ocultos do capitalismo, o resultado é a dominação sem regras dos mais poderosos e o empobrecimento dos cidadãos. Esta teoria adoptado pelo nosso governo, numa submissão total à ideologia liberal que domina a Europa, apenas agrava o problema e acabará por prejudicar mesmo os capitalistas. O equivoco é que para resolver a situação se deve gastar menos. Ora a sobrevivência do sistema depende de gastar mais, embora de forma equilibrada, pois só assim se reactiva o sistema produtivo e o emprego. Bem esteve Ford quando percebeu que para vender os automóveis da sua produção em série tinha que aumentar os seus operários. Só o regresso ao poder da política e à regulação dos mercados pode resolver esta crise. Como dizia o antigo primeiro ministro sueco Olof Palme, o caminho é conciliar a economia de mercado com o Estado Social, tendo como objectivo não acabar com os ricos mas antes acabar com os pobres.

 

MG