Idade de trevas
O orçamento de 2012 é o mais duro da democracia, dizem. É um orçamento que podia ser da ditadura, digo.Podia ser, mas não é, porque é da democracia! Será? Formalmente foi aprovado por uma Assembleia eleita pelos cidadãos. Formalmente será promulgado por um Presidente da República reeleito em eleições. Mas para além da formalidade existe a dignidade e este orçamento pode ser formal mas não é digno, nem respeita a dignidade.
Trata-se de um orçamento de deve e haver feito por contabilistas sem formação humanista e sem cultura. Gente sem sensibilidade, sem visão, sem rasgo, sem imaginação, sem coragem. No fundo gente cega, míope, de vistas curtas, Reduzem a complexidade das coisas a números mais e números menos. Ignoram que a vida de um país é muito mais que estatísticas. É feita de pessoas, de trabalho,de necessidades, de sofrimento, de dor, de esperança, de desejos, de vontades...
Vivem num reino de enganos, enganam-se e enganam-nos. São profetas do medo que nos aterrorizam com o inferno se não obedecermos cegamente à santa troika. Está tudo às avessas porque o inferno é própria troika. E por mais penitências que fizermos já nos condenaram ad eternum. Até a esperança nos querem tirar. Idade média, idade de trevas? Idade de trevas é aqui e agora.
MG