Torres com gente
No dia 11 de Setembro de 2001 o mundo ficou espantado com o ataque terrorista às torres gémeas e ao Pentágono. Quatro dias depois, há dez anos, concretizou-se o pior cenário: da queda das torres resultaram milhares de mortos e mais de um milhar de desaparecidos, ou seja de corpos não encontrados. Estes números para quem assistiu aos acontecimentos, no conforto de um sofá, não são mais que estatísticas que rapidamente saem da nossa memória no voragem da sociedade da informação.
Reportagens recentes, trouxeram a público uma visão diferente desta tragédia. Vários documentários mostraram que essas vítimas não são apenas números mas pessoas: pais, filhos, avós, com nomes, sonhos, expectativas. Gente inocente e sem qualquer responsabilidade nas injustiças do mundo ou da luta pela sua hegemonia. Quem programou e quem executou estes atentados, está nas antípodas dos valores de uma sociedade humanista. Os responsáveis por esta barbárie, sabem que estas matanças não trazem qualquer benefício para os povos que dizem representar, nem contribuem para um mundo mais justo. São expressão de sectarismos que roçam a loucura, sem respeito pela vida seja de quem for e assentes na revolta de populações miseráveis. Daí que mais do que combater este terrorismo com violência é fundamental melhorar as condições de vida desses povos.
MG
PS: Sobre a autoria dos atentados têm surgido teses que os consideram uma conspiração decidida dentro dos EUA, como forma de ter justificação para invadir o Afeganistão e o Iraque e aproveitar as suas riquezas. Além de ser discutível que os Estados Unidos precisassem da referida justificação para as invasões, depois de pesados os custos de longas guerras e os lucros obtidos não sei se o saldo será positivo. E se as "evidências" apresentadas nas teses da conspiração estão certas há um coisa que me deixa perplexo: Se os atentados não são da autoria da Al qaeda, porque razão é que esta organização os assumiu? Primarão pela total ausência de inteligência ou serão aliados ocultos dos EUA?