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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

 

pjpontes.blogspot.com

 

A Europa é o espaço socialmente mais avançado  no contexto mundial. A Europa já foi a zona do mundo mais poderosa do ponto de vista económico. Perdeu esse poder para os EUA por causa dos egoísmos nacionalistas que deram origens a duas mortíferas guerras no século XX. Os dirigentes formados nesse caldo de cultura, aprenderam a lição e lançaram as bases para a construção de uma Europa unida e solidária, pondo à frente de interesses  meramente economicistas, valores, que colocaram o Homem e o seu bem estar no centro das prioridades. Para dar corpo a esse projecto de sociedade avançada, esbateram-se fronteiras, atenuaram-se diferenças económicas, criou-se uma moeda única  Dirigentes de vários quadrantes ideológicos, perceberam que uma Europa de progresso e paz, é sinónimo de unidade e solidariedade entre todos os europeus. Com a força que lhes emanava do poder popular, puseram regras ao capitalismo, promoveram uma mais equitativa distribuição da riqueza, inventaram o Estado Providência. Estava-se a um pequeno passo de conseguir construir essa unidade de forma sustentada, mas de repente, todo o esforço está em vias de ter sido em vão. O que aconteceu?

 

Não foi por culpa das agências de notação, anteriores ao início do projecto europeu, nem à falta de ética dos especuladores tão velhos como a humanidade, nem sequer a chamada crise de produção. O que está a deixar implodir o projecto europeu é uma segunda geração de políticos, nascidos e criados na abundância do pós guerra, sem valores e sem alma, rendidos ao poder irracional dos mercados, leia-se capitalismo sem freio. Apologistas do chamado neoliberalismo deixam os povos europeus, completamente à deriva e à mercê da especulação internacional. Estes dirigentes de vistas curtas, imediatistas e sem estatura moral estão não só a conduzir a Europa para a destruição económica e social, mas também a pôr em causa a sobrevivência do regime democrático. A não ser que no meio da mediocridade que nos governa, surja um vislumbre de lucidez e coragem que comece a arrepiar caminho.

 

MG