O verdadeiro progresso.
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São algo sombrios os tempos que correm. Depois de anos de euforia e crença numa sociedade de bem-estar consistente e indestrutível, a descrença começa a campear. Os filhos da sociedade do ter como meta infinita são os primeiros a mostrar a sua indignação pela brecha que começa a abalar o dique da felicidade eterna. O evoluir das sociedades é um permanente processo de fluxos e refluxos. Caíram civilizações quase inexpugnáveis, mas outras se levantaram. Estes tempos de pessimismo não são mais de que uma fase de transição para outro patamar com reflexos mais ou menos dolorosos. E a seguir ao desajuste virá um novo ajuste com a esperança de um novo paraíso terreno.
Assim foi, assim é e assim será enquanto o homem procurar construír a felicidade nas coisas materiais. A saída deste ciclo vicioso está fora do paradigma do ter como objectivo primordial. O caminho encontra-se na procura do ser, no despertar da sensibilidade, na simbiose com o eu. O caminhar da humanidade terá menos sobressaltos quando conciliar o ter com o ser. Até lá viajará em círculos concêntricos que a ilusão da tecnologia elegerá como progresso. Mas o verdadeiro progresso continuará arredado da caminhada.
MG