Novo governo, a mesma crise
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Na próxima semana vai tomar posse o governo resultante das últimas eleições legislativas. Sabemos qual a sua constituição, mas falta saber qual o seu programa. Em muitas áreas aplicará inevitavelmente o programa da troika. Noutras prevê-se uma governação mais liberal, com medidas que limitarão o estado social. Deseja-se ao menos que não o destruam.
Aqueles que focaram toda a campanha, na responsabilização da situação do país, apenas à acção do governo em funções, vão agora mudar de discurso e referir a influência da crise internacional, no condicionamento e evolução das suas políticas. Na governação como na vida não há soluções mágicas, nem pessoas providenciais. A política é a arte do possível, de acordo com conjunturas e contextos. E na conjuntura que passamos, governar não vai ser fácil. Desde que regressou a democracia, não tenho memória de nenhum governo de direita ter governado em tempo de vacas magras. Será curioso constatar, como vão agora actuar, os que os endividaram o país, mesmo quando o dinheiro corria por uma telha.
Tenho ouvido dizer que o novo governo não pode errar. Disparate. O erro faz parte da natureza humana. E apesar de tudo, considero que estes ministros não são extraterrestres. Irão errar como todos os outros e temos de considerar isso natural. Caso contrário teríamos regressado todos ao mitológico paraíso terreno onde pelos vistos a vida era uma pasmaceira.
MG