O segundo erro de Sócrates
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Sócrates errou , como já aqui escrevi, quando em 2009 aceitou formar governo em minoria, numa conjuntura política e económica desfavorável. Mas Sócrates cometeu um segundo erro, quando após o chumbo do PEC 4 no Parlamento e depois de ter afirmado que não governaria com o FMI, aceitou fazê-lo no papel de primeiro-ministro demissionário.
Sócrates, após o ataque sem precedentes dos especuladores, para empurrar o país para a bancarrota e para o pedido forçado de ajuda externa, devia ter-se mantido coerente com esse propósito. Nessa situação, devia ter abandonado o executivo de gestão, deixando o trabalho sujo a quem o quisesse assumir, e devia-se ter-se demitido da direcção do partido. Não se teria submetido à derrota que sofreu, nem teria sido escorraçado pela porta pequena. Este erro, na minha opinião, quase infantil pode ter-lhe arruinado a carreira política. Mas de Sócrates até se pode esperar um renascimento das cinzas, desde que não volte a cometer erros de palmatória.
MG