Voto inútil
O voto, em democracia, é a arma do povo, diz-se. É uma arma poderosa com influência no progresso ou retrocesso da sociedade. Todos os votos são legítimos, mas nem todos possuem a mesma eficácia. Ou são úteis, no sentido em que contribuem para constituir maiorias que assumam as funções governativas ou são úteis na oposição alternativa às políticas do governo em funções.
Quando o voto se dispersa por partidos sem expressão, ou por partidos parlamentares com projectos inexequíveis no contexto das democracias, são votos completamente inúteis. Excepção feita ao partido comunista, guardião de regimes autoritários em vias de extinção e que funciona como uma espécie de igreja, com indefectíveis fiéis, tudo o resto é uma inutilidade. Partidos tipo BE, sem espaço ideológico claro, vivendo num limbo de protesto e de aproveitamento de descontentamentos transitórios, não acrescentam nada de positivo à vida democrática. Nesse sentido, tanto faz terem dez como 5 deputados que apenas servem de claque ao Chefe, na sua sanha protestativa sem consequências.
Assim o voto no BE é um voto totalmente inútil. Serve para criar mais uns empregos aos seus boys, ainda com agravante de procurar fazê-lo à custa do PS, eleito inimigo principal dos "bloquitos". E se dúvidas houvesse sobre a natureza deste partido, bastava este comportamento: pouco lhe interessa que o PSD ganhe as eleições; o que interessa é ter mais uns votos e mais uns deputados para fazer ruído. Se isto é um partido de esquerda eu sou, com o devido respeito, o Einstein.
MG