Gaivota
A gaivota pousou sem pedir licença no parapeito da varanda de um aparthotel de qual sou ocupante transitório. Com uma pose blazé e um ar despreocupado, se é que às gaivotas podem ser atribuídos sentimentos humanos, fitou-me, foi assim que interpretei ,com curiosidade.
Como não consegui descortinar o motivo da sua visita, nem possuo técnicas de comunicação com gaivotas, limitei-me a admirar a sua presença e como qualquer cidadão embasbacado com uma situação incomum, pensei aprisioná-la no meu álbum de recordações. Foi então que saquei da máquina fotográfica e desatei a disparar sobre o impávido animal. Impávida , serena e aparentemente indiferente, suportou toda a sessão sem nada exigir. Quando assim entendeu partiu com a mesma falta de cerimónia com que chegou. Voltará? Não sei, mas tenho curiosidade em saber se foi apenas uma visita ocasional.
MG