Um dia triste
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Este é um dia triste na já longa história de Portugal. Finalmente os viciados em FMI conseguiram o seu propósito, colocar a soberania portuguesa nas mãos dos especuladores do capital internacional. Vão começar as negociações(?) para a atribuição da chamada ajuda externa.
O ponto de partida vai ser, segundo a comunicação social, o excomungado PEC IV. O ponto de chegada vai ser um PEC muito mais doloroso e que dará corpo ao ditado popular, "atrás de mim virá quem bem de mim dirá". Vamos ser claros: o governo Sócrates tinha conseguido negociar com a CE sob égide alemã um grupo de medidas que permitiriam garantir o financiamento a Portugal no quadro muito mais favorável do que aquele que aí vem. Continuaria a estar nas nossas mãos o poder de dirigir a política nacional. Com o chumbo do PEC IV, por toda a oposição, Portugal foi atirado para os braços da especulação financeira. Com o chumbo do PEC IV Portugal ficou vulnerável a esse bando de abrutes, nas palavras de Mário Soares, chamadas agentes de rating.
Sempre na defesa do interesse nacional, o Governo disponibilizou-se a receber contributos positivos, para chegar a um consenso que levasse à sua aprovação. Apenas recebeu indiferença, arrogância e irresponsabilidade. Ao interesse do país sobrepôs-se a politiquice pura. Numa estratégia de tomada do poder a qualquer preço, a direita contou com a colaboração de uma esquerda de opereta. E podem agora chorar lágrimas de crocodilo, apelar ao patriotismo e acusar ingenuamente os malvados banqueiros. Tarde de mais. A sua falta de discernimento, a sua escassa inteligência política, a sua limitada visão estratégica, que nem dá para perceber qual é o mal menor, arrastou-nos para esta delicada situação. A culpa é da coligação PSD, CDS, PCP, BE, apadrinhada pelo senhor Silva e não pode morrer solteira.
MG