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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

10 Mar, 2011

Sem nobreza

 noticias.sapo.pt

 

 

Sua Excelência tomou posse para mais um mandato. Podia ter cumprido o protocolo, podia até ter feito um discurso de circunstância discreto apropriado à ocasião, mas não, como verdadeiro tuga, teve de dizer, estou aqui. Na sequência da atitude revanchista já demonstrada no discurso da vitória eleitoral, apresentou-se como o chefe de uma claque política e zurziu sem dó nem piedade, o seu adversário político.

 

A não ser que esta entrada de leão seja um faitdivers para marcar território, começa muito mal. Não começa como o Presidente de todos os portugueses, mas apenas como lider da sua clientela política. Esta atitude sem nobreza, sem grandeza, sem humildade e sem bom senso, mostra que não está à altura do cargo que desempenha, como tinha vindo a demonstrar.

 

Ao usar alguns factos negativos para atacar o governo que tutela, omitindo outros mais positivos e desenquadrando-os da conjuntura onde estão inseridos, desceu ao grau mais baixo da política, a demagogia. Ao criticar medidas orçamentais aprovadas com o seu aval, enveredou por sacudir a água do capote em total desrespeito pela responsabilização. Ao apresentar-se como o salvador da pátria da garra dos carreiristas, esqueceu-se que o seu percurso foi feito à sombra da carreira politica. Lembremos: depois de ocupar o cargo de primeiro ministro durante  os  doze anos em que caíram patacas da árvore da CE, apostou no betão, criou o Estado monstro, deixou destruir a agricultura e as pescas, manteve a indústria em stand bye e ainda teve tempo para endividar o pais. Os milhões que entraram a fundo perdido, perderam-se  sem deixar rasto.

 

Com este currículo, que autoridade tem para apontar o dedo a quem, mesmo cometendo erros, tem tentado manter o país à superfície num mar de difícil navegação, num período de vacas magras, enfrentando a maior e mais difícil crise do último século? Nesta difícil situação, o país precisava no mais alto cargo do estado, de um estadista, de um homem sábio e ponderado e nunca um rancoroso e azedo chefe partidário. O que diferencia a luta politica da chicana é ética, coerência e responsabilidade, especialmente quando se ocupa as mais altas magistraturas.

 

 

Zé Cavaco