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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Esta é uma história de sexo e morte. Uma história trágica, mas ao mesmo tempo com laivos de humor. Possivelmente de humor negro. Vou contá-la como aconteceu, ou melhor, como a conheci. Omito lugares e identidades. Aqui, para quem a ler não passará de uma ficção, essa grande máscara da realidade. A vizinha de L estranhou, naquela manhã, como tantas outras, a sua ausência, na pastelaria onde tomava o pequeno almoço, desde que ficara viúva. Preocupada bateu à sua porta. De (...)
Os centros comerciais são hoje uma mancha na paisagem urbana deste país à beira mar. São uma espécie de Meca da sociedade de consumo. Ir a esses lugares de compras e encontros tornou-se um vício colectiva. Não me quero armar em iconoclasta. Não fujo à regra. Vai não vai dou comigo preso dentro desses espaços. Calcorreio corredores mais ou menos adornados por outros passeantes, mas fujo às promessas de felicidade, que como sereias da ilha dos amores, nos chamam a cada passo. Mas (...)
Aforismos e sarilhos Como se diz na gíria, sou um pouco bota de elástico. Não consigo integrar-me nessa modernice do casa descasa. Tenho feito o possível por manter um casamento que desejei, e que tem passado por fases melhores e piores. Quando o Zé começou a trabalhar no ensino nocturno, com a tanga que queria ganhar mais uns trocos, cheirou-me a conversa fiada. O que me pareceu foi que procurava novas paisagens. Ainda pensei em comprar uma gabardine mais moderna, mas concluí que (...)
E agora José?   Caí de paraquedas naquela turma de preparação para o ensino superior. Nem sabia o que ia lá fazer. Há razões que a razão desconhece. Talvez estivesse ali para preparar as provas de acesso, talvez quisesse ocupar tempo sem ocupação, talvez fosse determinação do destino. Quem sabe? Se calhar, nem Deus .As aulas tinham começado há algum tempo. Os outros alunos já se conheciam, mas eu, que não sou muito ousada, sentia-me um pouco à margem. Era uma espécie (...)
Aquele país imaginário ou imaginado estava uma pasmaceira. Os seus habitantes sofriam de uma estranha doença. Vegetavam como zombies numa espécie de sono encantatório. Havia até quem admitisse que estavam sob o domínio maléfico de uma bruxa má. Tentaram-se vários esconjuros. Aplicou-se a receita tecnoforma sem resultado. Colocara--se num labirinto. A pasmaceira persistia.             Até que alguém,não identificado, presentou uma solução radical. Tratava-se de (...)
I Guardador de rebanho   O meu nome é Zé. Um Zé Qualquer. É assim que me chamam na minha já longa vida, apesar de longa ser um eufemismo ou um lugar comum, como preferirem. A vida não é longa coisa nenhuma. Nunca chega para fazermos tudo o que gostaríamos de fazer. Deixemos especulações e voltemos ao fio da narrativa. Chamo-me Zé, mas já me chamaram muitas outras coisas. Filho da puta, grande cabrão, parvo de merda, nabo do carago(foi mais na tropa quando não acertava o (...)
Chegou o dia de ir ao dentista. A cadeira do dentista é para mim a tortura made in século XXI. Estou convicto que se Torquemada andasse por aí, com acesso a tal instrumento acabava com os hereges em três tempos. Mas a verdade é que não anda, pelo menos até ver, pois como as coisas estão  não sei não. Enfim, tem que ser tem que ser. Porém não me armo em herói e confesso que vou transido de medo. Bem se alguém não vai, com medo, para essa cadeira, que atire a primeira pedra. (...)
Ficção   -Bom dia, sou o comissário Vasco da PSP. Foi o senhor que nos telefonou a pedir ajuda… Sim. Sou Mário Soares, único sócio, gerente e recepcionista desta pensão residencial decadente. Agradeço a prontidão -Diga-me senhor Soares, conhece o homem que está a ameaçar atirar-se do telhado? Conheço-o como a palma da minhas mãos “messieur gendarme”, pardon  senhor comissário, mas fui emigrante em França no tempo da outra senhora, entende-me?, e às vezes (...)
                                                                             Ficção   Ó Miguel,   Travei o passo, mas continuei a avançar. Afinal há mais marias no mundo. Aquele chamamento não devia ser para a minha pessoa. Nem estava muito interessado que fosse, pois quando alguém me aborda é para me pedir algo, ou vender alguma tralha.   -Miguel Vasconcelos,   Hesitei. Diacho, se calhar sou (...)
  categoria; ficção      Esta é a história real (tanto quanto o conceito subjectivo de realismo o permite)de um cachorro que foi colocado num quintal onde vive com galinhas. É a minha primeira abordagem da literatura infanto-juvenil. Fica a boa intenção.     Era uma vez eu. Sou um cachorro e chamo-me Só. A minha mãe é a Dórémi e os meus quatro irmãos são o Lá, (...)