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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

27 Nov, 2015

Fim de citação

Da cabeça do homem criado em Boliqueime nunca me pareceu que brotassem grandes ideias. A cartilha que debita foi-lhe enxertada por pensadores da escola da economia do deve e haver. Por causa de um carro que precisava de fazer a rodagem caiu-nos no prato da sopa à cerca de quarenta anos. Com alguma chico espertice foi ganhando protagonismo e iludindo a ingenuidade dos eleitores.

A idade foi-lhe generosa em hipocrisia e madrasta em sabedoria. Disse que tinha todos os cenários governativos na cabeça, excepto o que teve que aceitar. Finalmente, admitiu a sua limitação e no discurso de tomada de posse do governo de esquerda, fez uma colagem de opiniões que suportam o seu comportamento. Ressalve-se uma ideia própria, uma verdade lapalissiana: com excepção da dissolução do parlamento, o Presidente mantém todos os poderes. Fim de citação.

João Miguel Tavares, a nova estrela comentadeira da TVI, uma aberração a todos os títulos: primário nos raciocínios e nos juízos de valor, básico na verbalização do que pensa, vulgar na articulação discursiva. Valeu, hoje, a Constança Cunha e Sá que lhe deu na cabeça, e com força - mas não o suficiente. E eu interrogo-me uma vez mais: o que é que uma criatura daquelas está ali a fazer? ||||||

Blogue Jeito Manso

O cidadão da República, Tavares, é conhecido nas redes sociais como Pai de Quatro. Creio que escreveu um livro intitulado, O Melhor Pai do Mundo. Seria aconselhável que se limitasse a ser pai. Mas não. Impõe-se como opinador de massas. Quer ser o educador de rebanhos acéfalos. Nunca percebi porque foi parar ao programa Governo Sombra da TVI. Muito menos percebo porque carga de água, aparece como comentador nos horários nobres. Será porque proferir dislates dá audiências? Ultimamente tem desempenhado o papel de trauliteiro de direita, a propósito do governo do PS, com um primarismo de argumentação que ofende o raciocínio e envergonha a sensibilidade. De uma forma linear repisa a tese de que um governo de esquerda é o caos. Nesta linha de pensamento , se é que pensa, prefere ver o país governado em gestão, mesmo que isso seja inconstitucional e signifique o caos, mas um caos bom.  O que mais me perturba é ainda haver gente decente que aceite debater com este homem das cavernas.

MG

Título do Correio da Manhã: Costa chama cego e cigano para o governo

Não acredito! Mas que raio de governo é este? é presidido por um indivíduo com raizes indianas; tem uma ministra negra, um membro de etnia cigana, uma secretária de estado, invisual. Parece obra de um deus menor.

Se não brincássemos aos governos teríamos ministros a sério. Meninos nascidos de virgens sem pecado original. Bacteriologicamente puros. Fisicamente perfeitos. Formados nas boas escolas privadas. Licenciados nas Universidades de Verão e na tarimba das jotas. Ungidos e escolhidos para nos governar.

O Correio da Manhã é uma espécie de Bíblia de bons costumes. Uma cáfila de guardiões de uma moral conservadora. Pretores da sua verdade, criada nas catacumbas da manipulação. O título fica-lhe a matar. Ninguém pode negar a sua natureza. Não me espanta.

MG

24 Nov, 2015

Habituem-se

A indigitação de António Costa foi tirada a ferros. O doutor Cavaco não o queria indigitar, nem com molho de tomate. Mas, com poderes reduzidos,  teve que o fazer. E não se pode queixar. Foi ele que ajudou a criar a situação ao protelar eleições até ao limite. Apesar disso merece um louvor, porque por portas e travessas ajudou a quebrar dois tabus.

O primeiro tabu que caiu, com estrondo, foi o de que as eleições servem para eleger um governo. Totalmente falso. De facto, sempre assim foi por forças da circunstâncias. O que se está a passar serve para relembrar que as eleições legislativas, têm como objectivo primordial, eleger um parlamento. Em consequência dessa eleição é que se forma o governo.

O segundo tabu que caiu, com surpresa, foi a do conceito de arco de governação, como direito divino. Pela primeira vez foi possível conseguir  responsabilizar as forças à esquerda do PS, no apoio a uma solução governativa. Independentemente do que vier a acontecer nada voltará a ser como dantes. Habituem-se.

MG

23 Nov, 2015

O engonha birrento

O homem que está em Belém é um verdadeiro engonha. Tudo serve para engonhar a situação política. Foi a visita à Madeira. Foi o beija mão dos convidados escolhidos a dedo, não esquecendo os que não puderam vir, como os Simpsons.

E quando se esperava o indigitaçao de Costa, para pôr fim a uma agonia do país há cerca de cinquenta dias, inventou mais um expediente para adiar o que tem que fazer. Dar posse a um governo que tenha condições para governar.

Ao governo Passos /Portas foi dado posse sem uma única exigência a saber: se tinha apoio parlamentar, se conseguia aprovar um programa de governo, se havia hipótese de fazer um orçamento. Nadica de nada.

Agora exige-se o possível e o impossível. Usa dois pesos e duas medidas. Em vez de indigitar o governo gerado na Assembleia, anda a brincar aos governos. Como se o país fosse uma espécie de jardim infantil. Como a criança birrenta que apanha a bola, porque perdeu e diz "é minha, é minha, ninguem mais joga".

E o país, e a economia, e finança, e as pessoas? Que se lixem.

MG

20 Nov, 2015

A força de Paris

Há muitas diferenças entre Paris e os extremistas islâmicos. Mas há uma que é a mãe de todas as diferenças. É a democracia, com todos os seus defeitos. E Paris está na génese dessa grande mudança. Foi ali que no final do século XVIII, se deram os acontecimentos que levaram à substituição do poder absoluto por uma república parlamentar. Foi ali que caiu o poder secular da nobreza e ascendeu ao governo a classe económica dominante, designada como burguesia. Ali assumiu o sistema capitalista a sua plenitude.

O Islão, com uma ou outra excepção, nunca saiu do absolutismo, mantido em muitos países debaixo da ortodoxia religiosa. A separação entre a igreja e o estado é um passo fundamental no caminho de uma sociedade progressista. A educação universal e laica outro passo fundamental. A distribuição mais equitativa da riqueza um passo decisivo. Os ditadores de muitos países árabes, eternizam o seu poder, na manutenção do dogmatismo religioso como suporte ideológico dos seus regimes. Paris como símbolo da revolução democrática é um demónio a estigmatizar.

O controle da mentalidade das suas populações passa por diabolizar o modo de vida ocidental, de que Paris é alfa e ómega. Daí que os extremismos promovam o ódio contra o bem estar que a cidade luz representa. Nesse sentido será um alvo privilegiado. Como tal tem que aumentar o nível de alerta. E no campo da educação, deve o Ocidente utilizar todas as vias e todas as oportunidades, para tirar as populações do obscurantismo a que estão sujeitos. Só esta revolução pode libertar aqueles povos do fundamentalismo que os oprime.

Transcrição do texto de Viriato Soromenho Marques, publicado no DN. Sem comentários.
O maior sujeito da história
Já acreditámos que o sujeito da história residia na vontade divina, em heróis messiânicos, no impulso para a paz universal, no motor da luta de classes, na expansão do mercado livre. Contudo, nenhuma dessas teses resistiu ao atrito da realidade. No interior do fio enrodilhado da história espreita, pelo contrário, a estupidez humana (que Einstein considerava ser mais seguramente infinita do que o universo). Em numerosos domínios, a humanidade conseguiu criar filtros e mecanismos de redução do erro, do disparate, da incompetência. Nas empresas, na tecnologia, na ciência, até na guerra. Só na política, mesmo nas democracias constitucionalmente sofisticadas, a estupidez parece permanecer instalada no posto de comando. Olhe-se a nossa Europa. Parece uma nau já sem mastros, sacudida por vagas sucessivas: uma união monetária que destrói riqueza e trabalho; uma vaga de refugiados vinda de Estados fronteiriços que ajudámos, por atos e omissões, a implodir; ataques terroristas que revelam o preço a pagar por quem baixou a guarda; tribunos que empurram os europeus para o fogo, para os salvarem da panela de água fervente...Na edição francesa (1937) d" A Rebelião das Massas, Ortega y Gasset profetizava a inevitável unidade política da Europa, dizendo que a sua ocasião talvez surgisse quando "a trança de um chinês espreitasse sobre os Urais, ou pelo estremecer do grande magma islâmico". Em vez da unidade europeia, tivemos o segundo suicídio europeu na guerra de Hitler. Hoje, o "magma islâmico" derrama sangue nas ruas de Paris. O genial Ortega esqueceu-se da sua própria lição. Hoje somos governados por "senhoritos satisfeitos". Em vez da agenda para uma Europa com futuro, têm uma lista de desejos e clientelas apressadas por satisfazer.

O corrupio para Belém continua. Já foram Associações, associaçõezinhas e sindicatos Já se consultaram as cagarras, em seu sítio, porque que não podiam vir. As bananas, idem. Vão agora banqueiros e economistas. Poderão estar na calha amanuenses, torneiros mecânicos, cabeleireiras, empregadas domésticas,sapateiros, reformados, desempregados, emigrantes, e, eu sei lá. Como não me consigo integrar em nenhum destes grupos ou de outros que não nomeei, começo a ficar preocupado. Talvez me possa inserir no grupo dos apanhadores de gambuzinos. Quando chegará a minha vez?  Pelas melhores perspectivas lá para 2030. Mas aí não sei se ainda existirá país. Por isso, e embora não tenha nada para dizer, quero ser ouvido Já.

MG

Um Arrojado economista, à mistura com o velho discurso da austeridade merecida, afirmou em directo, no Porto Canal, que não queria as esganiçadas do Bloco de Esquerda, nem que lhas dessem numa bandeja (expressão minha) Eu gostaria que com o mesmo Arrojo, me dissesse onde era o seu caixote do lixo. Para renegar aquelas jovens, simpáticas e bonitas, cultas, deve ter um harém escondido na cave ou pior deve ter gostos estéticos que fogem ao padrão normal.

Não me custa admitir, no contexto de estas declarações, que prefira as mulheres de burca, restringidas ao gineceu, e sem seimiscuírem na arte nobre da política, que deve ser exclusivo de machos latinos. Talvez não me engane, se acreditar, que gostaria de as ver agarradas à panelas, ao ferro de engomar, e de bico calado. Fossem as moças do Bloco (expressão de Medina Carreira) umas gatas borralheiras do século XXI, e outro galo cantaria.

Sou levado a afirmar que estas declarações, encheram o ego da moças do Bloco. E deixou-as definitivamente descansadas, pois se o Arroja não as quer, muito menos elas querem o Arroja. Nem que fosse o único homem no mundo. Sim, que para fazer geração daquela estirpe, mais valia começar tudo de novo.

MG 

 

Os actos terroristas praticados em Paris, são inqualificáveis. São uma demonstração de brutalidade, de cobardia, de maldade sem limites, de barbárie. Merecem total repúdio, como todos os outros que aconteceram ao longo dos anos, em muitos outros locais. Ao contrário do que se podia supor, os terroristas têm replicado a sua actividade.

Depois da liquidação da liderança da al-Qaeda estamos agora debaixo do fogo de outro monstro similar. Um monstro que o Ocidente ajudou a criar. A invasão do Iraque, o apoio aos rebeldes na Líbia, na Síria e em todo o médio Oriente, acabaram por destabilizar, toda a região. A irresponsabilidade e leviandade das classes dirigentes, abriram uma caixa de pandora cujos malefícios nos estão a cair em cima.

O aparecimento do dito "Estado Islâmico" um grupo de bandidos à solta, criminosos sem lei, resultou da desestabilização fomentada pelos países ocidentais. A sua continuidade deve-se à divisão e apatia dos Estados Unidos da América e, da Europa. Criaram um problema complexo e de difícil resolução. Exige ponderação, bom senso, inteligência e unidade na acção.

Como ponto de partida é preciso separar o Islão de um grupo de extremistas. A maior parte dos povos daquela região, quer viver a sua vida e a sua religião em paz e com tranquilidade. Por isso, acho lamentável, que apareçam nas redes sociais textos que confundam  a árvore com a floresta. Textos que confundem a minoria terrorista com o Islão. Textos que destilam ódio e apelam à violência indiscriminada. Textos que são tão fundamentalistas e tão reprováveis como os actos bárbaros dos terroristas. Pedagogia democrática e esclarecimento sereno precisam-se.

MG

 

 

 

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