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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

31 Jul, 2013

Nascida para cantar

imagem youtube

 

Cada um é para o que nasce, diz um velho aforismo popular. A ser assim, Gisela João, uma cantora, especialmente engajada como fado, nasceu para cantar. Para sustentar esta afirmação não são necessários grandes argumentos. Basta ouví-la. Uma voz que musicalmente não sei caracterizar, mas que tem qualquer coisa de encantatório. Mas mais do que isso, Gisela impôe-se pela entrega, pela forma como sente o que canta e pela naturalidade com que o transmite. Mesmo que se "monte de fadista" usando a sua definição Gisela respira" cante". O tempo o confirmará.

 

Numa entrevista dada ao programa de rádio Hotel Babilónia, mostrou , que para lá da sua faceta fadista existe uma pessoa. Demonstrou-o numa postura de simplicidade, assumindo como anti-vedeta, como uma cidadã comum, uma minhota de Barcelos que veio até à cidade grande para lutar pelo seu sonho:cantar. Mas do seu discurso aberto, despretensioso e lúcido depreende-se que mantém a genuinidade das suas origens. Como todos nós tem bons e maus momentos e não se importa de assumir que quando for caso disso vai "malhar uns finos", ou bordar e dedicar-se ao artesanato como terapia. Em conclusão Gisela João canta e encanta. Vejam e ouçam....

 

MG

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imagem tvi 24

 

Como não sou membro de nenhum clube de puritanismo não me escandaliza a existência de bordéis. Existem para concretizar o negócio do sexo tão antigo como a humanidade. Existem para suprir necessidades de mercado no âmbito das relações sexuais. É um local onde alguém vende o que não lhe pertence. Em certo sentido, quando se vende um país a pataco, podemos entrar na área da pornografia política. Nessa perspectiva, Portugal assemelha-se a um bordel. Vejamos: a entrega da EDP a chineses num negócio pouco transparente, subtraindo importantes receitas para o Estado, não é pornografia? A  cedência da ANA-Aeroportos um importante sector estratégico, a franceses,não é pornografia? A entrega de mão beijada do BPN a angolanos não é pornografia. A projectada venda dos CTT que contribuem, significativamente, com receitas para o erário público o que é se não pornografia? Quem vende o que não é seu, nem recebeu mandato para o fazer, não se coloca no papel de proxeneta?

 

Também não sou fundamentalista de verdades totais. Quem nunca disse uma mentirinha? Quem nunca usou a mentira piedosa? Contudo, se a falsidade é usada por uma alta funcionária do Estado para sacudir a água do capote para cima de quem a antecedeu, o que é?  Mais, se falta à verdade, procurando esconder responsabilidades no prejuízo das finanças públicas em milhões, o que é?  A lady "swapeira" disse na comissão de inquérito parlamentar, que não recebeu informação sobre o assunto do Governo anterior. Foi desmentida com base na documentação existente. Foi desmentida pelos emails que trocou com o director geral das finanças. Sabia e deixou correr o marfim. Mentiu com todos os dentes. Mentiu e continua a mentir, procurando tapar o Sol com a peneira. Acresce que a dama "swapeira" está metida até às orelhas no caso swap. Foi protagonista desses actos enquanto directora financeira da Refer. Com a maior cara de pau, assobia para o lado, com o apoio do Primeiro-ministro. É como a mulher perdoada do marido enganado! Reincide na mentira e é promovida. Isto não é pornografia política?  Se não, o que chamar à dos bordéis?

 

MG

23 Jul, 2013

A queda do Álvaro

O ministro Álvaro da Economia foi o cordeiro sacrificado do Governo. Verdade seja dita que

não se perde grande coisa. Foi um ministro sem Pasta porque a ditadura das Finanças tirou-lhe todo poder. Limitou-se a vegetar, a  fazer de conta. Ficará na história deste Governo como uma espécie de entertainer. Porque não acredito que a mudança de pessoas, sem a mudança de políticas, altere a situação, vou ter pena do ministro dito da economia. Muitas vezes me serviu de inspiração e por isso aqui lhe presto homenagem na sua despedida, com estes dois textos que em tempos escrevi.

 

 

Andava um país à toa

Pra poder sobreviver,

Quando uma trombeta soa

A dizer o que fazer.

Numa bandeja de prata

Com bela decoração,

Vai o pastel de nata

Pra uma nova expansão.

E pra coisa ter um fim

Perfeito como convém,

Casa a bola de Berlim

Com o pastel de Belém.

E quem foi o criador

De tanta sabedoria

Foi o grande professor

O Álvaro da economia.

 

 

Era o coiso, meu bem, era o coiso

Era a coisa que mais detestava

E o coiso, ai meu bem, e o coiso

Ai, meu bem, com a coisa, coisava.

 

Era o Álvaro, meu povo, era o Álvaro

Era o coiso que mais asneirava

E o Álvaro, meu povo, e o Álvaro

Com o coiso tão bem ministrava.

 

Ai, eu hei-de ir à Assembleia

Ver o coiso que está a coisar

Contra essa horrível coisa feia

Esse coiso que nos quer devorar!

 

Com a coisa faço uma coisinha

Para o coiso sempre a coisinhar

E a oposição ficar coisadinha

Para o coiso pudermos lixar.

 

Era o Álvaro, meu povo, era o coiso

Era a coisa que mais me pasmava

E o coiso, meu bem, o desemprego

Com a coisa coisou e coisava!

 

e o coiso que é o poder nem por morte, o Álvaro o deixava.

 

 

Cancioneiro Álvaro, pseudónimo de Álvaro dos Pastéis

"Sinto a falta de um namorado"

 

actriz de novelas, Revista Lux

 

 

Confesso a fraqueza. Tenho um fraquinho por actrizes. Desde que me conheço que ando embeiçado por esta e por aquela. Por ter noção do ridículo só posso acrescentar que são sempre novas e bonitas. Claro que estes arroubos não passam de devaneios inconsequentes que não se levam a sério. Mas agora, finalmente, acredito que pode ter chegado a minha vez de cumprir o sonho: levar uma actriz para casa.

 

É envolto nessa crença que sinto que posso dar corpo à necessidade da bela actriz de novelas. De tal modo acredito que aqui me assumo candidato a seu namorado. Eu sei que a menina é muita exigente, ela própria o reconhece quando afirma que tem sido aconselhada a baixar um pouco a exigência. Se assim for as minhas hipóteses aumentam. Decerto que já não sou um jovem no cartão de cidadão mas compenso esse handicap com muita experiência de vida. Além disso estou pronto para dispensar uma dedicação sem limites. para O que outros mais jovens dificilmente terão disponibilidade. Estou convicto que a surpreenderei e para mostrar a minha juventude de espírito fica prometido que a levarei à Eurodisney. E isto é só uma pequena amostra do que sou capaz. 

 

Apesar da minha fraqueza por actrizes não pode ser tudo dado e arregaçado. Também coloco algumas contrapartidas. Quero que a menina passe a usar sapatos rasos. Pela minha parte comprometo-me a ir recuperar uns sapatos com cinco centimetros de altura que usava nos anos setenta. É que assim ficamos ao mesmo nível. Não é por causa de qualquer complexo. É que não gosto de olhar dama de baixo para cima. Fico com torcicolo. Por outro lado e tendo em conta que a menina representa na novela uma cantora pimba não quero que na nossa intimidade me cante essas músicas. Tiram-me todas as motivações. Abro porém uma excepção: É aquela canção que diz: se elas querem à noitinha brincadeira, nós pimba. Mas claro sem exageros, porque isto já não dá para grandes cantorias. E eu não quero acabar como o Zé Camarinha, tão novo e já reformado.

 

E agora que tive a ousadia em fazer esta declaração fico à espera que ela não caia em saco roto. Até porque não há necessidade de a menina sentir a falta de namorado quando está um aqui mesmo à mão.

 

MG 

 

 

 

 

19 Jul, 2013

Rei das Selvagens

Em notícias.sapo.pt

 

 

Não vejo este Presidente da República com capacidade para liderar o país numa situação de enorme complexidade. Aliás, tem contribuído com a sua acção ou inacção para a complexização que se verifica. Para bem da nação era uma bênção que o Presidente abdicasse. Vejo-o mais capacitado para assumir o cargo de rei das Selvagens. Vejo-o mais motivado para dirigir os destinos das cagarras. Libertava-se o país da sua incapacidade de decidir e consumava-se o seu desejo de poder vitalício.

 

Seguro é apenas Secretário-Geral transitório do PS. Não tem poder absoluto para arrastar o partido para uma guerra que não lhe diz respeito. O PS não tem responsabilidades na má governação desta maioria. Nem tem que apoiar as diatribes de Portas na sua ambição de mais poder. Muito menos tem que servir de muleta a um não-Presidente. Seguro não pode associar o PS a um caminho de destruição do país que até agora tem criticado. Seguro não pode pôr a sua ambição de chegar a Primeiro-ministro, que pensa será por esta via,  à frente do interesse nacional. Desta forma é mais crível que acabe como chefe do governo das Selvagens, a convite de um seu futuro rei. Desta forma, quem sabe se a sua competência não se adequa a governar cagarras.

 

MG

 

PS: começa a fazer-se alguma luz na novela dos nove dias. Estava escrito nos astros que esta maioria não ia aceitar qualquer mudança de rumo à sua política de austeridade. Seguro, como S.Tomé, quis ver para crer. Espero que tenha aprendido de vez. Podia-se ter poupado tempo e tempo é dinheiro.

17 Jul, 2013

A tourada continua

Fomos levados ao engano

por capote de um cigano

com promessas do camano

beras.

 

Entram moços jotas e comentadores

e falinhas mansas

entram verborreias de falsos doutores

e rotundas panças

entram peões de mentiras e rumores

cuja profissão

se lança.

 

Com verónicas de medo

para nos empobrecer

puseram este país

a morrer.

 

Temos que enfrentar o bicho

com coragem e sageza

pra atiramos para o lixo

a tristeza.

 

 

Entram boys a fazer campanha

que não sabem nada

gritam slogans cheios de manha

que não valem nada

pintam tudo de uma cor bem preta

cuja autenticidade

é treta.

 

Entram  velhos tontos e oportunistas

e entram paspalhões

entram charlatães, novos vigaristas

e entram os pavões

Entram galinhas de pequena crista

entram os ladrões

à vista.

 

Entram sempre  as mesmas quadrilhas

fazem a faena

entram  coloridas muitas bandarilhas

grandes e pequenas

Entra  o povo manso preso em armadilhas

que enche a arena

que pena.

 

Entram os  três turistas cheios de cifrões

e passes de peito

entram  cortes cegos de muitos milhões

e feitos a eito

entram as sortes de muitos capotes

passes de muleta

ministros, gestores e cortes

da teta.

 

Entram privatizações,fiscos e falências

charters de chineses

entra a loucura e a incompetência

tantas vezes

entra a Alemanha ,entra a altivez

a mal ou a mal

e grita a estupidez

acabou-se  Portugal.

 

MG

Comentadores diplomados, fazem coro na defesa do acto destrambelhado e antidemocrático da senhora Presidente da Assembleia da República para com assistentes das galerias. Toda a sua argumentação vai no sentido de colocar o ónus da culpa nuns arruaceiros protestantes que não respeitam a democracia. Para além do caricato da situação, desculpem lá qualquer coisinha, mas há uma dúvida que me atormenta o pensamento: o que é mais grave, o que é que desrespeita mais a democracia, mesmo do ponto de vista formal o que é que tem maior influência negativa na vida dos cidadãos e na economia do país? Será o incumprimento do contrato eleitoral por parte do Governo, isto é o corte de salários, o aumento de horas de trabalho, o aumento brutal de impostos, o fazer das leis letra morta ou um protesto civilizado com duas ou três palavras de ordem, que apenas interromperam a sessão por cerca de três minutos e até animaram os sonolentos trabalhos parlamentares? Esta parece-me ser a questão de fundo.

 

MG

14 Jul, 2013

O pião

imagem net

 

Quem não gostaria de voltar à infância com todo o saber acumulado e começar de novo? Mas, caindo na real, só é possível voltar à infância viajando nas recordações acantonadas na memória. Muitas vezes, essas viagens ao passado, são desencadeadas por pormenores quase sempre imprevistos. Foi assim, que hoje, me cruzei com um despoletador de memórias e me revi nos tempos de criança. Foi assim, que tive um encontro imediato de terceiro grau com um pião, um dos brinquedos que me abandonou quando terminou a idade dos sonhos. Esse ingrato, esse filho pródigo, hoje voltou. Perdoei a sua longa ausência e recebi-o como um príncipe de um rei que nunca existiu. Tal como me aconteceu,  estão visíveis na sua pele as marcas do tempo: notam-se uma outra ruga, alguns aleijões, várias cicatrizes provocadas  pelas agruras da vida. 

 

O meu velho pião, a que chamava piorra, talvez devido ao seu corpo mais raquítico e franzino, acompanhou-me no tempo de brincadeiras de pobre de país pobre. Foi um companheiro incondicional de brincadeira, sempre disponível a actuar nas frentes de batalha com outros mais avantajados da sua espécie. E muitas vezes, sofreu no coiro as consequências das disputas, não por culpa sua, mas pela inabilidade do seu dono na arte do manejamento. O velho pião, por ser filho de um artesão ocasional, sem a perfeição e a robustez de outros mais sofisticados, viu o seu corpo retalhado e pisado, pelo ferrão afiado dos nascidos de poderosos tornos. Mas resistiu e deu luta, com dignidade.

 

Apesar dos tempos de chumbo que pautaram essa infância, no contexto da realidade de um meio rural de horizontes perdidos, foi gratificante ter voltado a esse universo, onde a felicidade se resumia às coisas simples de um dia a dia de subsistência, que o rodopiar de um pião, ou o rolar de um "riol" (berlinde) tornava mais ameno. E se hoje no século XXI, há ainda, neste mundo cão, muitos meninos sem infância, naquele tempo dos meados do século XX, tive o privilégio de ter sido criança. Foi isso que me mostrou este pião, perdido e triste, entre outros objectos do passado e que adoptei como um novo companheiro. E a nossa relação quotidiana, vai servir, para não deixarmos enterrados nas brumas da memória esse nosso passado mítico. Porque só assim vivemos plenamente.

 

MG

13 Jul, 2013

O poder do povo

Democracia é o poder do povo. O povo exerce, formalmente, o seu poder em eleições. O povo com direito de voto, cidadãos maiores de dezoito anos, elege os seus representantes para os órgãos do Estado. Esta delegação de poderes assume para alguns os autores políticos uma declaração total de soberania, isto é o direito de fazerem, em linguagem popular, o que lhes dá na real gana. Mas mesmo do ponto de vista meramente institucional não deve ser assim. Todos órgãos de poder são limitados pela lei constitucional e também pelo compromisso feito com os cidadãos através de programas eleitorais. E neste sentido se esses compromissos não forem respeitados penso haver motivos para a sua destituição, devolvendo a decisão ao povo. Só assim se cumpre a democracia.

 

 Portanto, o poder do povo, para ser poder, não se pode restringir à colocação de um voto numa urna de tantos em tantos anos. O poder do povo deve implicar um acompanhamento constante da acção governativa. Esse acompanhamento tem de verificar o cumprimento das regras democráticas em todas as suas vertentes. Nas áreas política, económica e social. A evolução da situação do país mostra que a maioria que governa Portugal traiu o voto popular em todas estas áreas. Daí que a sua legitimidade esteja posta em causa. Os partidos que exercem o poder não querem perceber isto. Não querem perceber que são o problema e não a solução. Nestas circunstâncias o povo tem o direito e o dever de utilizar formas de manifestar o seu desagrado, porque se assim não for, a democracia é apenas uma formalidade e o poder deixa de residir no povo. Reside, através de um subterfúgio, em quem exerce o poder.

 

MG 

 

 

 

 

12 Jul, 2013

Feudo parlamentar

 

imagem tvi.iol.pt

 

"Não podemos deixar que os nossos carrascos nos dêem maus costumes”. A autoria da expressão é de Simone de Beauvoir e foi escrita no pós-Segunda Guerra Mundial, numa clara alusão aos nazis.

 

Assunção Esteves, Presidente da Assembleia da República, fez toda a sua carreira como política sob a capa do PSD. Começou nos Jotas e de cargo em cargo chegou a segunda figura do Estado. Nunca prescindiu de todas as mordomias que os políticos profissionais foram conseguindo, paulatinamente, à sombra da democracia. É aposentada de luxo desde os quarenta e um anos. Na sessão parlamentar de ontem perdeu as estribeiras perante um protesto de sindicalistas, nas galerias. Chamou-lhe "carrascos" utilizando uma expressão de Simone de Beauvoir, aplicada aos nazis. Não esteve à altura da dignidade do cargo que exerce por vontade do voto popular. Voto que desrespeitou, revelando os tiques de autoritarismo que são prática da maioria parlamentar de direita. Esta atitude da senhora Presidente mostra, que não percebeu, que o mandato que recebeu não é uma delegação absoluta do poder. O poder continua a residir no povo e nesse sentido o Parlamento é de todos os portugueses e não um feudo dos senhores deputados.

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