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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

30 Jul, 2011

Porquê?

Pensamento do dia: "O que se torna intolerável é ter escravos chamando-lhes cidadãos". Denis Diderot (1713-1784), escritor e filósofo francês

 

 

Mudam-se os tempos, mas não se muda a etimologia. Muda a forma de escravatura mas não a condição de ser escravo. E porque é que dois séculos depois de Diderot a ilusão de cidadania continua a ocultar o realidade da escravidão? E porque é que a tolerância continua a permitir todas as intolerâncias? Porquê?

 

MG

iconacional.blogspot.com

 

António Simplesmente

 

Tempo de corvos

 

Dias depois de completar doze anos, António ia partir para Viseu. Enquanto esperava pelo comboio na companhia da sua mãe, lembrou-se do primeiro dia em que frequentara a escola primária e do ar curioso e assustado dos meninos que com ele ocupavam a mesma trincheira da pobreza. Nascer pobre numa aldeia de um país periférico e atrasado significava, no final conturbado do século XIX, ter como destino a vida dura e austera de gerações de camponeses cujos horizontes se perdiam nas faldas da serras adamastóricas que aprisionavam vidas e sonhos. A fuga consentida para os jovens, com pacto secular com a miséria passava pela missão de servir nos caminhos do Senhor. Esse passo maior que as suas débeis pernas ia António dá-lo naquela manhã submersa a caminho do Seminário menor. Quando a máquina que se arrastava envolta numa nuvem de fumo, assomou da última curva e se aproximou da estação, pouca terra, pouca terra, António menino que queria ser forte,  sentiu as pernas fraquejar e não conseguiu segurar uma lágrima que teimosamente lhe acarinhou o magro rosto. Um apito estridente, logo abafado por um longo silvo que escorregou pelas profundezas do vale do Dão, pôs aquela engrenagem de ferro e fogo em marcha cada vez mais acelerada. António encostado ao ombro da mãe, viu no cais os braços das irmãs a afastar-se como se resolvessem viajar para outras paragens. Mas para além da ilusão óptica, quem se afastava para um mundo povoado de sotainas pretas era ele.

 

Por detrás daquele muros rigorosamente vigiados, onde se produziam os discípulos de Pedro, os dias passavam sempre iguais: aulas, rezas, missas, tudo muito condimentado com muita disciplina castigos divinos e terrenos para quem não respeitasse as regras. Deitado na sua cama, nas longas noites de Inverno, António saltava todas as barreiras e voava para Oliveira do Dão e para a liberdade de correria, tanto quanto lho permitia o seu pé defeituoso, pelos campos abertos, agitando os milheirais, espantando a passarada do fim do dia, mergulhando nu nos pegos da ribeira (com os poucos moços que com ele se identificavam), nos  dias quentes de estio ouolhando a menina dos olhos verdes que à tardinha o espreitava da janela e com quem se via a passear de braço dado depois da missa domingueira. Mas quando regressava do devaneio entristecia profundamente. Como seria possível se ia ser padre? Que raio de vida a do pobre! 

 

António bem recomendado pela mãe e pela madrinha D. Efigénia, que lhe destinou a carreira eclesiástica , cumpria religiosamente as tarefas de seminarista. Habitou-se a sobreviver naquele meio hostil à sua natureza rural. Estabeleceu com os companheiros Américo e Marcelo uma cumplicidade que permitia amenizar  o ambiente soturno e escuro do seminário. Depois da missa de domingo davam uma volta pela cidade. As suas sotainas pretas distinguiam-se no meio do colorido que animava as ruas do centro. Donzelas provocadoras, olhavam-nos com malícia como tentações saídas do inferno. Pares de namorados circulavam em amena cavaqueira como se pertencessem a outro mundo. Regressavam ao Seminário esquecidos do cinzentismo que ajudavam a compor, mas com grandes interrogações próprias da adolescência. Desafiando o pecado não conseguiam tirar da mente a imagem daqueles corpos femininos que observavam nos seus passeios e na solidão das retretes não conseguiam fugir à sua natureza humana pecaminosa aliviando os seus impulsos sexuais. Anos antes quando esses desejos começaram a perturbá-los viram-se inocentemente a praticá-los em conjunto, chegando a fazer campeonatos de produtividade.

 

Um dia, ao abrir a sua Bíblia, António encontrou uma estranha mensagem. Com a  ajuda dos amigos procurarou descobrir o seu autor. Pela caligrafia associaram-na a Salomão um jovem estranho e portador de um olhar triste. "Se quiseres podemos ajudar-nos. Desabotoa dois botões da batina como sinal". Américo e Marcelo pensaram, pensaram e disseram a António:

-Não podemos entrar nos quartos dos outros, mas como as portas ficam abertas vamos espreitar o Salomão. Deslizaram como sombras ao longo do corredor e colados às paredes cinzentas foram-se aproximando do quarto suspeito. O silêncio do recolher pesava como chumbo. Os seus pés procuravam levitar para não despertarem nenhum demónio. Junto da porta olharam para o interior do quarto e os seus olhos não conseguiram enxergar no escuro denso, mas sons estranhos escapavam para o corredor. Um chiar de molas cansadas misturados com gemidos abafados desafiavam o silêncio obrigatório. Ao longe começaram a ouvir-se passos arrastados de pelo peso dos anos. A figura colossal do Director começou a vislumbrar-se na penumbra. Os três mosqueteiros da sobrevivência afastaram-se a tempo de um castigo exemplar.

 

Quando voltou para o ùltimo ano no Seminário menor António já não encontrou Salomão, tinha sido expulso. O grupo de António não sentiu a sua falta e este comentou para os outros:

-Ao menos livrou-se desta cruz. E nós conseguiremos? 

 

 

 

 

marcoensecomonos.blogspot.com

 

Um dos piores defeitos da política são as incoerências. Nunca um político cumpre as promessas que faz para ganhar eleições. O político vitorioso é o que consegue levar o eleitor ao engano. Mas, verdade seja dita o cidadão eleitor gosta de ser enganado, isto é, só acredita nas propostas agradáveis, por mais improváveis que sejam. Daí, que os políticos de uma forma geral, entrem em contradições quando assumem o poder.

 

O que se está a passar com este governo como já se passou com outros, é a confirmação recorrente da prática política. Assim, vemos avançar medidas que em campanha foram sempre negadas. Assim, vemos colocar em postos chave da administração pública, contrariamente ao propalado, os boys que foram desbravando caminho na comunicação social e na blogosfera. Pacheco Pereira chamou aqui os boys pelos nomes.

 

Um dos exemplos mais claros foi a recompensa feita à malta dos blogues de direita, com destaque para esse albergue do passismo, chamado Albergue Espanhol e curiosamente incensado pela plataforma Sapo, com constantes destaques por ser, disseram, blogues colectivos feitos por jornalistas(sic). Jornalistas? Mas o mais curioso ou talvez não, é que esses blogues tão combativos contra os socialistas e Sócrates, todos os dias acusado de responsável por todos os males da nação, tenham metido a viola no saco acerca das contradições do passismo. Mais, não passam agora de simpáticos jornalistas cor-de-rosa, pois apenas publicam umas musiquinhas ou somente falam de eventos sociais, desporto e desvios colossais. Incoerência ou sacanagem?

MG

24 Jul, 2011

Heróis

 

O fraco rei faz fraca a forte gente

 

Camões

 

Correntes historiográficas ligadas ao marxismo decidiram tirar o Herói do centro da explicação da evolução histórica. Para esta nova História os acontecimentos são determinados pelo povo e não por qualquer personalidade. Sem querer menosprezar o papel das massas populares no processo histórico o certo é que, na minha perspectiva , foram os grandes líderes, que ao longo  dos tempos traçaram o rumo da humanidade. E para além da influência das conjunturas transitórias, a sua acção é responsável  pelo sentido progressivo ou regressivo da evolução.

 

Não consigo imaginar a existência de Portugal sem essa figura heróica que se chama Afonso Henriques. Não fora a sua determinação, vontade, vistas largas, sinónimos de uma invulgar inteligência e este rectângulo de matriz marítima, não passaria, para o bem e para o mal, de uma província de Espanha. Da mesma forma era impossível conceber o grande Império Romano sem a visão de Octávio, para referir outro exemplo.

 

O destino da humanidade está portanto refém da qualidade das elites que nos governaram. A função das massas é similar à das peças do jogo de xadrez. Servem para cumprir os objectivos do jogador e no grande tabuleiro da história tem havidos bons e maus jogadores. Na actualidade os destinos do mundo de uma forma geral estão na mão de dirigentes medíocres. Dirigentes sem sentido de estado, sem ousadia, sem rasgo, sem visão de futuro. São meros gestores contabilísticos. Mas o progresso no sentido amplo não se faz com esse tipo de gente, que não deixará marca na memória histórica. Nesta ficarão aqueles que pela sua grandeza de pensamento e acção figuram e figurarão na galeria dos heróis.     

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

23 Jul, 2011

O xaile

Fado: destino, fatalidade, Providência

 

 

 O xaile de minha mãe

Que me aqueceu com carinho

mais tarde serviu também

pra agasalhar meu filhinho.

 

 

 

 

O xaile é uma peça de vestuário que caíu em desuso. Na prática continua associado ao fado, versão feminina.  Em il tempori, o xaile era para as mulheres dos meios rurais  como os chapéus para os homens, ou seja, andar sem essas peças de vestuário era como estar despido. A mulher camponesa, usava-o como agasalho ou peça decorativa. Havia-os de vários tecidos, desvairadas cores e imaginativos adornos. Havia-os para mulheres casadas, jovens solteiras, damas de meia idade. Variavam com os acontecimentos: trabalho, festas, cerimónias religiosas, casamentos.

 

O Xaile continua a ser bilhete de identidade de cantadeiras. A vida de Amália que hoje completa mais um aniversário é alfa e ómega do fado e da sua internacionalização. Mas Amália é voz, imagem e imaginário, uma miscelânea que inclui a música, a composição, a representação e onde o xaile representa um papel simbólico. Simbolismo da alma lusa que o fado materializa e expressa nesse sentimento de perda, distância e amor que é a saudade. E se o xaile peça de vestuário quotidiano morreu com a ruralidade tradicional o xaile-fado também morreu um pouco com Amália.

 

MG

 

Carregado por cesarpedro em 9 de Jan de 2007

  

 

 

 

artesanato ...

nepocs-ufc.blogspot.com

 

 

António Simplesmente.

 

-Bom tarde, minha mãe...

 

-António, que surpresa, não te fazia por cá?

 

-As saudades são maiores que a vontade, os desejos mais fortes que as obrigações. Pelas vicissitudes da vida sou um bicho de cultura. Pairo no etéreo da reflexão mas as minhas raízes estão aqui na terra mater, no bucolismo da natureza, no cantarolar das águas correntes, no balançar dos choupos, no coaxar das rãs nos charcos...

 

-Como falas bem meu filho, enches esta tua mãe, sem sabedoria, de satisfação. Não passo de uma serrenha que apenas conhece as palavras pobres e tenho dificuldade em perceber o que dizes, mas que é bonito é. Mas fala-me da tua nova vida no Colégio.

 

-A vida ali é monótona, quer dizer enfadonha, melhor um pouco chata...eheheh...acho que estou a melhorar do que chama falar complicado, mas estou bem, rodeado de muitos livros que leio e releio na ânsia de aprender o mundo por outros olhos. Também vou dando umas aulas aos jovens do Colégio. Atrevo-me a dizer que não me falta quase nada, a não ser mesmo o quase. De facto, a minha vida parou numa encruzilhada sem saídas. Por isso vim pedir conselho a quem tem a sabedoria da vida e o curso da dura experiência. venho cansado da viagem de horas a moer os ossos por essas estradas de tortura e preciso de relaxar nesta paisagem da minha meninice. Mas diga-me, como vão as coisas por cá?

 

-É a labuta de todos os dias meu filho. Tem que se arrancar da terra, com muito suor, a nossa sobrevivência. Ganhamos o pão de cada dia em cada dia e damos graças a Deus por nunca nos faltar a comida na mesa. Olha, vou preparar o um jantar como tu gostas e precisas. Estás com um ar de poucos amigos.Tens-te alimentado bem?

 

-No colégio servem-me todas as refeições no meu quarto, às vezes na companhia de dois padres professores, que me ajudam a sair um pouco da minha solidão , quase natural. Quando estou só vêem-me as saudades de todos vós e penso na singeleza da vida campestre. Muitas vezes regresso à infância que é onde me sinto bem, e vejo-me a andar pelos campos a ver crescer as hortaliças, a lanchar na casa da madrinha D. Efigénia. A propósito como está a menina Maria Eugénia(?), há muito tempo que não a vejo.

 

-Ocupem os vossos lugares na mesa: a chanfana está quase pronta...

 

-Ó Zé despacha-te com o vinho.

 

-Este é de boa cepa, foi-me oferecido pelo senhor Joãozinho. É da vinha touriga nacional da ladeira do pego. Está sempre reservado para as visitas do António.

 

-Ó homem, e não te  esqueças que está também reservado para a cozedura da minha chanfana, pois depois de pôr a carne de cabra entre camadas de cebola e alho e louro é tudo regado com o bom vinho dos compadres e cozido em lume brando e panela de barro como covém.

 

-Que dizem, minhas irmãs? O dedo da mãe para a cozinha continua viçoso. Quem me dera tê-la sempre comigo. De certeza que estaria bem mais anafado.

 

-Mano António tu precisas é de uma cozinheira mais nova. Olha que foi a  Felismina, que nos trouxe esta receita a pensar na tua saúde...

 

-Bem Rosarito, falemos de coisas bem sérias e que me trouxeram aqui. Como todos sabem recebi ordens menores no Seminário, mas neste momento ainda não tenho idade para continuar os estudos eclesiásticos. Neste interregno tenho pensado muito se terei vocação para vir a ser padre. Tenho, também discutido o assunto com o Reitor nas nossas conversas de serão e a verdade é que tanto ele como eu concordamos que esse não deve ser o meu caminho. Achamos que Deus me reserva outra missão bem mais espinhosa, mas gostaria de ouvir os vossos sábios conselhos, antes de tomar qualquer decisão.

 

-(...) Nas noites longas de inverno em que o sono teima em andar arredio, tenho falado com o teu pai o que será melhor para o teu futuro e principalmente para a tua felicidade. Com muita franqueza achamos que o sacerdócio não te entusiasma, sentimos-te triste e acabrunhado e pensamos que serias mais feliz se constituísses uma família...mas que pretendes fazer?

 

Que resolverá António Simplismente? Enveredar pelo sacerdócio ou lançar-se na incógnita da aventura da vida?

 

MG

 

 

 

-

 

 

 

20 Jul, 2011

Intervalo

O que faz um escrevedor ocasional quando a imaginação anda pelas ruas da amargura? O que faz um pretenso analista do real quando este é cada vez mais irreal? O que faz um observador sem observatório quando nada há para observar? Faz um intervalo e põe uma musiquinha. Uma musiquinha simples, despretensiosa, light, mas envolta num lençol de emoções e condimentada com a ingenuidade do tempo de todas as ilusões. Abram o coração para a Cinderela na bonita voz de Carlos Paião e que dedico a todas as cinderelas deste ou de outros mundos , de agora e sempre, neste Verão tão atípico, nesta absurda conjuntura mundial de refluxo civilizacional. Viva a música!  

 

 Ou então,

 num outro registo, Carlos Santana que hoje completa 64 anos de idade. Parabéns.

 

 

MG

16 Jul, 2011

"Bárbaros" do Sul

fazendomedia.com

 

Não me enquadro no quadrante político de José Miguel Júdice, mas admiro a sua frontalidade e a forma descomprometida e inteligente como analisa a realidade. O antigo bastonário da Ordem dos Advogados, hoje entrevistado na SIC notícias, analisou a situação politica mundial, avançando explicações que subscrevo na integra. Uma das teses que apresentou consiste no estabelecimento de um certo paralelismo entre a queda do império romano e a situação que se vive hoje na Europa. Júdice comparou  a invasão dos bárbaros, a uma hipotética invasão dos "bárbaros"(expressão minha) do Sul do Mediterrâneo na actualidade. E defendeu, que já se deveria ter elaborado um plano "Marshall" para os povos que povoam o Norte de África, desde Marrocos até ao Egipto, porque só assim se poderá travar uma entrada maciça e descontrolada, que se começa a prefigurar, destas populações, no espaço europeu. Parece-me um raciocínio lúcido e verosímil que deveria preocupar a UE e servir de alerta para as consequências que daí adviriam. Porque embora a História não se repita in loco corre-se sempre o risco de nos pregar uma partida. 

 

MG

 

pjpontes.blogspot.com

 

A Europa é o espaço socialmente mais avançado  no contexto mundial. A Europa já foi a zona do mundo mais poderosa do ponto de vista económico. Perdeu esse poder para os EUA por causa dos egoísmos nacionalistas que deram origens a duas mortíferas guerras no século XX. Os dirigentes formados nesse caldo de cultura, aprenderam a lição e lançaram as bases para a construção de uma Europa unida e solidária, pondo à frente de interesses  meramente economicistas, valores, que colocaram o Homem e o seu bem estar no centro das prioridades. Para dar corpo a esse projecto de sociedade avançada, esbateram-se fronteiras, atenuaram-se diferenças económicas, criou-se uma moeda única  Dirigentes de vários quadrantes ideológicos, perceberam que uma Europa de progresso e paz, é sinónimo de unidade e solidariedade entre todos os europeus. Com a força que lhes emanava do poder popular, puseram regras ao capitalismo, promoveram uma mais equitativa distribuição da riqueza, inventaram o Estado Providência. Estava-se a um pequeno passo de conseguir construir essa unidade de forma sustentada, mas de repente, todo o esforço está em vias de ter sido em vão. O que aconteceu?

 

Não foi por culpa das agências de notação, anteriores ao início do projecto europeu, nem à falta de ética dos especuladores tão velhos como a humanidade, nem sequer a chamada crise de produção. O que está a deixar implodir o projecto europeu é uma segunda geração de políticos, nascidos e criados na abundância do pós guerra, sem valores e sem alma, rendidos ao poder irracional dos mercados, leia-se capitalismo sem freio. Apologistas do chamado neoliberalismo deixam os povos europeus, completamente à deriva e à mercê da especulação internacional. Estes dirigentes de vistas curtas, imediatistas e sem estatura moral estão não só a conduzir a Europa para a destruição económica e social, mas também a pôr em causa a sobrevivência do regime democrático. A não ser que no meio da mediocridade que nos governa, surja um vislumbre de lucidez e coragem que comece a arrepiar caminho.

 

MG

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