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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

30 Ago, 2010

A minha aldeia III

 

A vontade pode mover montanhas.  Acreditar é meia vitória. Desejar o impossível é conseguir o possível. Foi por este caminho que se fez Portugal. Foi com esta dinâmica que Portugal não foi mais uma região de Espanha, para o bem e para o mal. Se assim não fosse teria sido diferente a história peninsular e possivelmente até a história mundial.

 

Razões de ordem histórica povoaram o interior do país. Razões de ordem económica e conjuntural desertificaram-no. E se foi possível povoá-lo quando as condições eram rudimentares e os meios escassos, porque não fazê-lo quando são outras as disponibilidades financeiras ? O que falta é vontade política, o que falta é visão estratégica, o que falta é inteligência governativa de todas as matizes.

 

Fixar a população no interior é possível. Reactivar a rede de aldeias é necessário. Exige determinação, imaginação, rasgo, ousadia. Exige sentido de estado e estadistas com sentido. Não deixar morrer as aldeias deve ser uma prioridade governativa e um desígnio nacional.

 

MG 

 

 

 

 

27 Ago, 2010

Coimbra forever

Ontem estive mais uma vez em Coimbra. Visitar esta bonita cidade enamorada eterna do velho novo Mondego, genuinamente português, é  um enorme prazer. Coimbra é única nas suas singularidades. Na sua Universidade centenária, no inspirador penedo da saudade, nas suas tricanas de sempre, na sua música tradicional...

 Coimbra é uma nação, um microcosmos nacional,  local de encontro do Portugal de ontem e de hoje .Quando deixo Coimbra  conto os dias para voltar. E volto com uma certeza. Sentir o seu encanto, como se fosse a primeira vez. É como aqueles momentos mágicos que apetece prolongar, prolongar...

25 Ago, 2010

A minha aldeia II

 

A minha aldeia tem ruas, tem casas e também tem pessoas. Já não tem o vigor de outrora mas ainda vive. Ao contrário de outros lugares similares ainda tem algum sangue novo que lhe alimenta a esperança de uma recuperação do seu debilitado tecido social. É preciso criar condições para que não se esvaia definitivamente

. Cabe ao poder politico central pensar o pais como um corpo funcional em todos os seus membros. Cabe ao poder central prever e planificar um país povoado no litoral e no interior. Foi com essa lúcida visão que ele foi inventado e construído. É uma herança que não pode ser desbaratada, para não negarmos a nossa história.

Cabe ao poder local imaginação, determinação e vontade para encontrar novos caminhos para as nossas aldeias. Sugiro três condições necessárias: boas acessibilidades, incentivos à fixação de pessoas e captação de investimentos de acordo com as idiossincrasias locais. 

. Em tempo de mania de grandezas, como o dos descaracterizados mega agrupamentos de escolas , é preciso voltar a apostar numa diversificação populacional equilibrada. O equilíbrio passa por fazer renascer a nossa vasta rede de aldeias, com a maior proximidade entre pessoas. E passa, por aqui,  um conceito mais saudável de convivência e bem estar.

 

MG 

24 Ago, 2010

A minha aldeia I

 

Nasci e cresci numa aldeia. Era uma aldeia parecida com tantos outras. Era uma aldeia cheia de gente e de vida. Gente simples, gente modesta, gente feliz. O trabalho era o lema do dia a dia. Mas num quotidiano de trabalho duro havia sempre tempo para conviver de forma singela e saudável. A convivência aprendia-se na família e continuava na escola. A escola ainda separada por sexos fervilhava de vida, de alegria de entusiasmo. A escola era a imagem de uma comunidade cheia de vitalidade. 

 

Nos anos sessenta um processo tardio e desregulado de desenvolvimento começou a destruir a minha aldeia. A emigração e a migração começaram  

 a levar pessoas para horizontes mais promissores. A aldeia foi-se despovoando. Apenas ficaram alguns resistentes, fiéis, quase religiosos da agricultura de subsistência. A Comunidade Europeia destruiu o que restava das actividades tradicionais. Os mais idosos foram desaparecendo. Para os mais novos a alternativa é migrar. Mas há alguns que continuam a resistir. Merecem ser apoiados, pois são a esperança que resta para que a aldeia sobreviva. E pode sê-lo se houver vontade política de vistas largas, de desconcentração, de reordenamento, de regresso ao passado mas com futuro. A minha aldeia , que são todas as aldeias, pode voltar a ser um lugar de vida plena.

 

MG

20 Ago, 2010

Nau Catrineta

Ao longo das estradas da quente Andaluzia, num verão tórrido de certo por culpa dos ciclos naturais, mas certamente também pelos desvarios do homem na destruição do seu habitat, vejo laranjais , laranjais , laranjais. É uma mancha verde a perder de vista e que contrasta com a aridez do outro lado da fronteira. E isto marca a diferença entre a organização e a planificação e o improviso da politica lusa. Neste como noutros casos lembro , por exemplo, os disparates cometidos na educação com a criação dos mega agrupamentos ou o encerramento de escolas do 1.º ciclo com menos de vinte alunos. Se não for má fé é incompetência pura. Adoro o meu país , mas não me consigo rever na mediocridade que tomou conta de certas áreas da governação. Entretanto vou viajando pela Andaluzia para esquecer, temporariamente, tristezas de uma nação pateticamente alegre. E remomerando , para me animar, lembranças de tempos mais gloriosos, lembrei-me deste poema, musicado e cantado por Fausto.

 

MG

20 Ago, 2010

bailado de nuvens



 

Na terça-feira, enquanto viajava para o Algarve, fui presenteado com um espectáculo de rara beleza nos céus do sul de Portugal. Este espectáculo, quase bailado, foi proporcionado por nuvens que pareciam ter sido ensaiadas por um coreógrafo  com inspiração divina. As mais baixas apresentavam desenhos construídos com algodão doce. Obra de um inspirado artista plástico a querer tocar o solo. Na ausência de palavras para expressar as sensações sentidas, veio-me à memória a frase "estou na lua" que até foi tema de poesia musicada, cantada pelos Lunáticos. Ora ouça:




MG

17 Ago, 2010

Aldeia das aldeias

Lisboa não é uma cidade grande. Lisboa é uma grande cidade. É grande na sua evolução histórica. Foi a Olisipo romana e aal-Ushbuna árabe. No século XVI  era capital da economia mundo com o seu nome ligado ao início da globalização. É  grande na  sua originalidade. É uma espécie de cidade-aldeia com os seus bairros tradicionais, onde o sentido comunidade solidária continua presente. É uma cidade de afectos, expressos num quotidiano de proximidade.

 

Quando cheguei a Lisboa tinha quinze anos. Tendo nascido numa aldeia longínqua, não estranhei a cidade nem nunca me senti um estranho. Nos anos setenta a população citadina aumentou significativamente com muita gente chegada de todo o país. Vivi numa casa de hospedagem partilhada por jovens do Alentejo do Algarve, das Beiras , do Alto Douro, de Trás-os -Montes.

 

 Lisboa estendeu-se em todas as direcções, crescendo para periferias que se organizaram como núcleos com a sua própria especificidade, mas na sua essência continua a ser para mim a aldeia das aldeias, com a mesma singeleza e genuidade que possuía quando era cruzada em todas as direcções por pachorrentos carros eléctricos. 

MG

16 Ago, 2010

olhos e burka

 burca muçulmana em

oglobo.globo.com   

 

           .

entretenimento.r7.com

 

Nos países muçulmanos é costume e tradição as mulheres esconderem  a sua forma corporal. Mas exceptuando as burcadas, as outras presenteiam-nos com a beleza dos seus olhos. Diz-se que os olhos são o espelho da alma. Se assim for, quando olhamos para uma mulher de niqab, não descortinamos as formas do seu corpo mas conseguimos, se formos bons leitores, aceder ao grau de beleza sua alma.

 

Na cultura ocidental, passa-se o inverso. A liberdade associada, que estranho, à escravatura da moda, destapa ou acentua as formas femininas, mas esconde essa janela da alma que são os olhos. Hoje, é raro quem não os esconda por detrás de uns Prada (passe a publicidade) ou de um artigo de contrafacção, conforme o tamanho da sua bolsa.

 

Quantas vezes os olhos não nos transmitem emoções ou sentimentos intransmissíveis na forma verbal. Miguel Sousa Tavares, numa versão a puxar para o  pé de chinelo chamou-lhe "galanço" Quando se burcam os olhos perde-se o acesso ao grande  e aliciante  mistério que é a alma humana. E dito isto pôe-se-me um dilema. Não sei qual das burcas é mais injusta: se a imposta pelas convicções políticas, se adoptada pelas convenções sociais.

 

MG

 

Os corações e os olhos

São dois amantes leaes

quando o coração tem penas

logo os olhos dão signaes

 

Cancioneiro popular

15 Ago, 2010

Sol e toiros

férias/não aparece ...

blogs.abril.com.br

 

 

Adoro o verão. É a época em que os políticos vão de férias. É a época em que fazem menos malfeitorias à pobre nação.

 

Abomino o pontal. Simboliza o regresso da política e dos políticos. Vai começar a "tourada", excepto na Catalunha: Benditos sejam.

 

MG

 

PS- Também adoro o verão porque não tenho que apanhar com a cabeleira do Jorge Jesus, as piadas de Pinto da Costa e as derrotas do Sporting.

14 Ago, 2010

Portugal e Macau

Ficheiro:Saopaulo Chinnery.jpg

Os portugueses são um povo de fundadores. Fundaram uma nação onde nada o fazia prever. Ganharam o gosto e foram fundando as suas réplicas por todos os cantos do mundo. E como a nação mãe fundaram-nas nos sítios mais improváveis. Um desses sítios chama-se Macau, onde os portugueses chegaram precisamente no dia 14 de Agosto de 1553.  Ali estiveram quase meio século com o beneplácito dos próprios chineses a quem prestaram relevantes serviços. Em 1887 a China reconheceu a soberania perpétua de Portugal..

 

A soberania portuguesa nesta região foi transferida para a nova China de forma pacífica e cordial depois de demoradas negociações. Portugal já não governa Macau mas a sua presença continua bem viva naquele território . A presença portuguesa manifesta-se no património, onde se destacam as ruínas de S. Paulo, ou na a culinária onde as esposas orientais dos portugueses fundaram a cozinha macaense , fazendo pratos de origem europeia com produtos locais. As freguesias de Macau possuem ainda nomes portugueses.

 

Portugal estabeleceu no século XVI a primeira relação estável entre a cultura europeia e a cultura chinesa. E esta aptidão para criar pontes entre povos é uma das grandes valências da nação lusíada. E a capacidade para depois da partida continuar a manter laços afectivos com esses povos é uma característica quase única dos portugueses. Por essa razão,  entre outras, Portugal é no contexto europeu e mundial uma nação universal e por isso deve sentir orgulho.

 

MG 

 

 

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