A ilusão do poder popular
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O poder do povo não existe nem nunca existiu. O que existiu e às vezes existe é a ilusão do poder. O que hoje se passa na Grécia ou se tem passado ultimamente nos países árabes, são exemplos desta afirmação. E mesmo em períodos de normalidade democrática, o poder popular começa e acaba no dia das eleições. Escasso poder, que só volta a exercer-se muitos anos depois. Até lá, foi delegado num grupo de indivíduos que o exercem de acordo os seus interesses ideológicos ou económicos.
Já em períodos de fraqueza do poder político e de grande agitação social, como a que se vive na Europa, o povo ousa vir para a rua e pôr em causa a ordem vigente. Gera-se então um período de anarquia em que as massas desobedecem às leis do Estado criando a sensação que podem comandar os acontecimentos. Não passa de um desvario ilusório, porque mesmo que consigam derrubar os políticos nunca derrubam o poder. Este, após a fase anárquica, acabará por cair noutras mãos, que legitimadas pela necessidade de repor a ordem, tomarão medidas draconianas para garantir a segurança dos cidadãos. Começaram assim muitas ditaduras.
O desconhecimento das lições da História e o desespero, são o caldo de cultura onde chafurdam os salvadores da pátria à espera de uma oportunidade. E mais grave que a ignorância e a irracionalidade do povo, é a inconsciência e a incompetência dos políticos que nos governam, sobretudo quando lhes falta uma visão global e solidária da governação.
MG